sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Museu egípcio em Canela

A história do Antigo Egito tem despertado nossa curiosidade por milhares de anos. E mergulhar nessa história é também mergulhar no belo e no luxuoso, expressos em suas construções, em seus ritos, adornos e vestimentas.

Saindo de Gramado sentido Canela, na RS 466 - mais conhecida como Estrada do Caracol - algumas placas sinalizam para existência do Museu Egípcio - uma construção temática que fica a beira da rodovia, sendo impossível passar despercebido por ela.

Resolvi parar para conferir o que o museu oferecia. Já na entrada, uma das mocinhas da recepção informa que se trata do maior acervo egípcio de toda a América Latina (só não informa que se tratam de réplicas).

Nesse ponto, creio que a comunicação tanto lá presencialmente quanto no site é um pouco obscura: tanto ao adquirir o ingresso quanto ao pesquisar no site posteriormente, não fica claro o quanto do acervo é réplica ou se há alguma peça realmente original.

As peças são de autoria do artista plástico egípcio Essam Elbattal e muitas delas refletem, em tamanho real as obras da época: sarcófagos, esculturas de deuses e faraós, joias, paredes adornadas. Há ainda uma pirâmide com câmara mortuária e múmias, representando os rituais funerários. 

O passeio é auto guiado e as peças contam com plaquinhas informativas. Ao final, há uma loja de souvenir com peças importadas do Egito, conforme informação da vendedora.

Embora a estrutura do pavilhão e a própria organização das informações referentes às peças careçam ainda de algumas melhorias, é um passeio interessante para quem gosta de  história e também para famílias com crianças em idade escolar.


O Museu Egípcio de Canela fica aberto de segunda a domingo, das 9h às 18h e mais informações sobre valores de ingresso, fotos e vídeos, podem ser acessados diretamente na página do museu, que está sempre atualizada.


sábado, 13 de novembro de 2021

Coffee Tour - Cuesta Café

Recentemente , após realizar uma trilha no município de Bofete, eu e mais dois amigos (Silvia e Heverton) decidimos conhecer o Cuesta Café, localizado no município vizinho, Pardinho.

Muito frequentado por motociclistas, o ambiente oferece uma linda vista, mesas ao ar livre e um lindo lago.

Ao fazer meu pedido, observei que na parede havia informações sobre um "Tour do Café"; anotei o cel indicado e fiz contato para saber sobre o que se tratava.

O "Coffee Tour" ou "Tour do Café" é um passeio que só acontece em finais de semana e que necessita de agendamento prévio, pois depende de condições climáticas favoráveis, já que na maior parte do tour ficamos expostos ao tempo.

Mas não se preocupe! Se você agendar seu passeio e tiver previsão de chuva para o final de semana, eles remarcam a data (aconteceu comigo).

O ponto de embarque para essa experiência é no totem: é de lá que parte o trenzinho puxado por um trator e um simpático senhorzinho como condutor.

Confesso que senti uma saudade imensa dos meus avós paternos, tão logo sentei no trenzinho. Passando pelos pés de café, era impossível não reviver tantas lembranças da minha infância.

O trenzinho adentra a Fazenda São Pedro do Pardinho, passando pelo berçário de mudas, que no momento da nossa visita (outubro de 2021) contava com 250 mil mudas de 4 variedades diferentes. Dependendo da época do ano, pode ser que não haja mudas no berçário e então o passeio não conta com essa etapa.

Da mudinha até a primeira "carga", o tempo estimado é de cerca de 2 anos a 2 anos e meio. E assim, seguimos para a plantação em si, para visitar os pés de café jovens e adultos.

Como a fazenda está localizada em terras altas (entre 900 e 1000 metros de altitude), há também alguns cultivos que ajudam a  "quebrar o vento", como o abacate e a bananeira, por exemplo. Além disso, há plantio de aveia, utilizada como adubo verde para a plantação de café. 

A altitude, o clima, as precipitações, constituem um terroir favorável para a produção de cafés especiais, alguns dos quais são premiados, inclusive.

Colheitadeira por vibração 
Depois de visitarmos a plantação em si, seguimos para a próxima etapa do processo produtivo, a colheita. 

Há 3 tipos de colheita: a seletiva, derriça e colheitadeira por vibração.

Na colheita seletiva, apenas os frutos maduros são colhidos, praticamente um a um. Já a derriça é o ato de puxar todos os frutos dos galhos, estejam eles ainda verdes ou maduros (era esse que praticávamos na casa dos meus avós). E o processo automatizado, feito via colheitadeira por vibração, no qual a máquina passa pelas "ruas" do cafezal e umas espécies de varinhas (foto) vão vibrando entre os pés, provocando a queda dos frutos em uma esteira na própria máquina.

Lavagem
Após a colheita, os frutos passam por um processo de lavagem, que além de retirar as impurezas, também serve para separar os frutos em função da sua densidade: aqueles chamados "bóia", composto por frutos imaturos ou mal formados e os "cereja", que por estarem mais maduros e formados, são mais densos. 

Lavados, os frutos vão para a secagem, que normalmente acontecem nos terreiros. Entretanto, a secagem também pode acontecer em secadores, quando o clima não está favorável para a exposição nos terreiros ou quando há urgência na secagem, por exemplo.

Os frutos podem passar pela secagem natural (cereja natural) - ainda com suas respectivas cascas - ou pela secagem sem as cascas (processo cereja descascado). 

Torra
Da secagem, os frutos vão para o beneficiamento e depois seguem para a torra, que é conduzida por uma mestre de torra. 

Eu gosto muito de café mas confesso que não sou uma grande conhecedora do assunto. Mais recentemente é que venho me interessando, lendo mais, procurando provar novos sabores. E uma das descobertas desse passeio é a diferença surpreendente entre o café comprado já moído e o grão moído na hora. O aroma e sabor são totalmente diferentes!

Na sequência, fomos convidados a degustar um micro lote da variedade acaiá. (lembra das frutinhas colhidas seletivamente? São elas que dão origem aos micro lotes).

Degustação micro lote acaiá
Gente...acho que eu nunca havia provado um café tão maravilhoso! Fiquei apaixonada! Saí de lá com alguns pacotinhos comprados e agora estou adquirindo os apetrechos para moer os grãos e explorar novas formas de preparo aqui em casa.

Se você também gosta de um bom cafezinho, compartilha nos comentários dicas de cafeterias ou passeios com essa temática. 

Quem sabe tomamos uma xícara juntos!



terça-feira, 2 de novembro de 2021

Celeiro do café

Área externa do Celeiro do Café
No post anterior eu comentei sobre como a minha relação de amor com o café vem desde a infância - muitas memórias afetivas - e dos laços familiares.

Isso não significa, entretanto, que eu sempre tenha apreciado a bebida. Enquanto jovem, achava que o café era coisa de gente velha. 

Mas o tempo vai passando e a gente vai aprendendo a apreciar coisas que não faziam muito sentido na juventude. Café é uma delas.

Celeiro do café
Então, sempre que é possível, eu gosto de conhecer lugares que me possibilitem experimentar um bom cafézinho ☕


Em setembro, visitei o Celeiro do Café, que fica na estrada municipal que liga Brotas ao Distrito de Patrimônio, bem em frente ao Parque Recanto das Cachoeiras.

Com uma pegada rústica e o cheirinho da torra perfumando o ar, o Celeiro oferece um cafezinho gostoso coado na hora, bolos, degustação de queijos, doces e cachaças.

E você pode sentar na área externa e curtir a paisagem, que é muito bonita e tranquila.

Se você é da região de Bauru/Jaú, salva essa dica pois vale muito a visita ❤️



Café com história

"Vamo colher o café! ". Era com essa frase que meu avô, um homem moreno, baixinho e magro, chamava os netos para a colheita, que era uma verdadeira festividade.

Cá estou eu nessa foto, sob o lendário pé de café, de tantas colheitas na minha infância. Minhas melhores lembranças são desse lugar, inclusive.
Como eu gostaria de ter mais fotos e vídeos desses momentos. Mas onde faltam gravações, sobra a memória, que reproduz tudo em cores vívidas, sons e cheiros (e por que não, lágrimas nos olhos, de tanta saudade).

Depois da colheita, onde puxávamos enlouquecidamente os galhos fazendo a derriça, desdobrava-se todo um ritual, que durava muitos dias.

Os grãos eram esparramados no quintal e ficavam secando ao sol, sobre grandes peneiras.

O cheiro da torra que era sentido assim que pulávamos o muro do quintal (nunca usávamos o portão, era um ritual pular o muro, que eu conto em outra história)...

O ranger lento e cadenciado do moedor de café sendo girado pelas mãos do meu avô, enquanto ele ouvia o jogo do Palmeiras no rádio de pilhas.

Aos domingos, ele comprava rosca doce, guaraná de garrafa e minha avó passava o café - cujo cheiro se espalhava por toda casa e pelo quintal arborizado - para receber os filhos e netos. E a casa ficava cheia, colorida, barulhenta e feliz.

E é curioso que só recentemente eu percebi o quanto o café fez (e faz) parte de toda a minha vida.

Meus pais trabalharam a maior parte da vida numa tecelagem de sacarias de café. Meu primeiro emprego foi em uma tecelagem também, costurando sacarias feitas de juta.

E pensando nessas histórias, decidi incluir nos meus roteiros turísticos alguns passeios relacionados a essa bebida tão amada por todos nós!

Fiquem de olho aqui no blog, pois tem muita coisa legal para compartilhar com vocês!




sábado, 24 de julho de 2021

Pra que mar, se Minas tem Capitólio, uai?

Vou começar esse texto com uma polêmica das bravas!

Cidade refletida no lago
Os amantes de praia que me perdoem, mas quem precisa de mar quando se tem cachoeira?

Postei e saí correndo, mas já estou de volta para escrever sobre as belezas de Capitólio.

Com pouco mais de 8 mil habitantes, Capitólio é uma das 34 cidades banhadas pelo Lago de Furnas - um dos maiores lagos artificiais do mundo - apelidado carinhosamente de Mar de Minas,
correspondendo a aproximadamente 5 baías de Guanabara.

Fiquei 2 dias e meio na cidade (09,10 e 11/07/21) e já dou um spoiler: não é suficiente para explorar tanta beleza que há nesse local! E como o tempo era curto, priorizei alguns passeios que já havia pesquisado na internet e que morria de vontade de fazer: navegar de lancha pelo cânion, trilhas, cachoeiras e o famoso mirante - cartão postal da cidade.

Vamos começar pelo famoso passeio pelo Lago de Furnas! 

Passeio de lancha

Para navegar pelo Lago de Furnas há diversas opções como os passeios de lancha mais curtos (em torno de 3 horas de duração, que costumam partir da Ponte do Rio Turvo); os passeios mais longos (até 7 horas de duração), além de opções de chalanas.

Eu optei pelo mais longo (7 horas) e contratei o passeio com @alexandrecendon e @adrianagomes_0 e eu simplesmente amei o atendimento da Adriana pelo whats, as explicações que ela me deu, bem como o passeio em si. A lancha era super nova, tudo limpinho, o piloto muito simpático. Há também opções de passeios privativos e para consultar os valores, você pode contatá-los nos perfis mencionados acima.


Lago de Furnas
Partindo da Marina Escarpas (localizada na Estrada Capitólio - Escarpas do lago, km 02, Condomínio Lago Vitória), nosso roteiro passou pelos seguintes pontos:

  • Lagão (área de maior diâmetro do lago de Furnas);
  • Cascatinha;
  • Lagoa azul - com parada de 50 minutos para banho;
  • Vale dos Tucanos - também com parada de 30 minutos para banho;
  • Cachoeirinha da ilha - 30 minutos para banho;
  • Porto Escarpas
  • Restaurante Kanto da Ilha - onde desfrutamos de um almoço maravilhoso (valor não incluso no passeio), cerveja artesanal produzida pela Cervejaria Scarpas e uma vista incrível do lago.

Durante o passeio, a lancha fez uma parada em um posto BR flutuante que possui loja de conveniência e um bar flutuante, onde é possível curtir o visual enquanto aprecia uma cervejinha gelada.

A água incrivelmente esverdeada contrasta com os paredões de quartzito de tonalidades amareladas, num cenário de tirar o fôlego! As quedas d'água, com volume de água bem baixo por causa da estação seca, contrastando com o céu incrivelmente azul de inverno, completava as paisagens entre os cânions. 

Confesso que desci da lancha ao final do passeio completamente deslumbrada.

Trilhas e cachoeiras

No Limite
No dia seguinte (sábado 10/07), optei por fazer algo que gosto muito: trilhas e cachoeira.

Aqui vale um adendo importante: a maioria das cachoeiras de Capitólio fica em propriedades particulares e portanto, a entrada é paga.

O EcoParque Trilha do Sol - um complexo que possui infraestrutura com banheiro, piscina, restaurante, monitores, redário - oferece uma trilha
de nível fácil, que acessa 3 cachoeiras em seu percurso: No Limite, Do Grito e Poço Dourado.

O horário que você inicia a trilha determina a ordem da visitação das cachoeiras, mas não se preocupe, pois os monitores irão orientá-lo sobre qual caminho fazer!

Como cheguei cedo (9 horas), iniciei pela Cachoeira No Limite, que eu elegi a mais bonita de todas, embora não seja a mais famosa.

Como o próprio nome da trilha sugere, o sol bate a pino durante a caminhada, pois a vegetação típica de cerrado não oferece grandes sombras. Portanto, proteja-se utilizando protetor solar e bebendo bastante água. É bem fácil desidratar e nem perceber, pois como o clima está bem seco, nosso suor evapora rapidamente e não percebemos que estamos perdendo muito líquido.

Do Grito
A segunda cachoeira visitada foi a Do Grito, que oferece uma área com um piscina natural que estava relativamente baixa (creio que pela estação de seca) e abaixo da queda d'água era possível caminhar até uma pequena "prainha".

Por último, a famosa cachoeira do Poço Dourado, que recebe esse nome por causa da coloração que seu poço adquire com a incidência da luz solar nos paredões amarelados, que refletem sobre as águas. Entretanto, para chegar ao poço dourado, é necessário percorrer um caminho de aproximadamente 80 metros pelas águas gélidas, cuja profundidade varia da canela à cintura (para pessoas baixas como eu, que tenho 1,57 de altura).

Santuário Poço Dourado
O poço dourado guarda outra preciosidade além de sua cor mágica: os paredões de quartzito foram transformados em um santuário pelos visitantes: cada pessoa pode colher as pedras do leito do poço e empilhá-las, construindo um "totem". Reza a lenda que se você fizer o seu pedido e o totem não desmoronar, o pedido será alcançado. Por via das dúvidas, criei o meu totem, projetei nele meu desejo e quero voltar daqui um tempo para contar se ele se realizou ou não.

Finalizando a trilha e as visitas às cachoeiras, super recomendo o restaurante do local e deixo aqui as minhas indicações do Porco na lata e da Tilápia recheada com palmito e queijo, acompanhada de arroz verde. Para os vegetarianos e veganos, também há opções. 

Cartão postal

Mirante do Cânyon

O mirante do cânion é considerado o cartão postal de Capitólio. Saindo do EcoParque Trilha do Sol, basta seguir a MG 050 até o km 312 para acessar o Parque Mirante dos Canyons (consulte valores de entrada e horário de funcionamento atualizados diretamente na página do parque).

Lá é possível fazer duas pequenas trilhas: uma que leva até a Ponte Pênsil e ao mirante - sendo este o mais tradicional e o que vemos nas fotos dos turistas -  e outra que leva a um novo mirante, suspenso no vale por meio de uma plataforma.

Mirante da hidrelétrica de Furnas

Mirante de Furnas
Para quem quer uma opção gratuita, basta seguir sentido Passos e acessar a hidrelétrica de Furnas. Lá também há um mirante para o vale, embora não com uma vista tão privilegiada como o do parque do cânyons. Dizem que o pôr-do-sol lá na hidrelétrica é incrível, mas como eu saí do Parque Mirante dos Canyons com o sol avançado no horizonte, não arrisquei ir à usina. Como ela ficava no meu caminho de volta, passei em Furnas quando estava retornando à São Paulo. 

A visita vale pela magnitude da obra e pela vista, embora o nível da água estivesse bem baixo por conta da estação seca.

Não podia faltar o queijo, uai!

Visitar Minas Gerais e não comer um queijo e um doce de leite é quase um desaforo!

Um rapaz simpático me deu a dica do Empório Queijos Califórnia quando eu estava na Trilha do Sol e eu digo que vale a pena passar por lá quando estiver retornando à Capitólio, já que o empório fica na mesma rodovia da Trilha do Sol e do Mirante dos Cânyons.

Lá você poderá degustar diversos queijos, doce de leite, goiabada e levar um "trem" bem gostoso para casa!

Hospedagem em Capitólio

Chalé Recanto das Garças
Eu sou adepta das hospedagens mais aconchegantes, onde eu tenha a sensação de que estou na minha casa. Por conta do cenário de pandemia, também tenho preferido lugares mais privativos, nos quais eu não tenha tanto contato com outras pessoas.

Recebi a indicação de uma amiga que conheci em Cunha/SP de um chalé. Desde o primeiro contato, a Rose foi muito atenciosa, me enviou fotos e eu fiquei apaixonada!

Tudo foi impecável! Limpeza nota 10, a localização bem pertinho do centro, fácil acesso, confortável e com preço excelente. Me senti realmente em casa e por isso vou deixar a indicação aqui: Chalé Recanto das Garças.

E você? Já conhece o Mar de Minas Gerais? Se não conhece, anota aí na sua agenda e se programe para fazer uma visita a Capitólio!

Garanto que você vai se apaixonar!


domingo, 4 de julho de 2021

Cunha: uma cidade repleta de história, arte e natureza!

Estamos vivendo há um ano e meio um cenário de pandemia e embora a nossa vontade de viajar não tenha desaparecido, as possibilidades ficaram sim, um tanto restritas.

Enquanto não é possível retomar as longas horas de voo e os destinos mais distantes, a gente acaba (re) aprendendo a lançar um olhar para o quintal de casa: viagens mais curtas, de carro, dentro do nosso próprio estado ou estados vizinhos.

Confesso que fiz algumas descobertas turísticas interessantes nesse período. Eu, que sempre gostei muito de trekkings e contato com a natureza, passei a explorar um pouco mais esse tipo de roteiro. 

Visitei o Parque Nacional do Itatiaia - estou devendo um post aqui, mas breve postarei; fiz um pedal insano em Campos do Jordão, longe da badalação característica do centro da cidade; fiz algumas trilhas pela Cuesta em Botucatu e mais recentemente, fui explorar Cunha, uma cidade no Vale do Paraíba que acabou me surpreendendo muito pela variedade de opções de passeios para realizar.

Vamos conhecer um pouquinho mais dessa cidadezinha pitoresca?

Cunha fica localizada na Região do Vale do Paraíba e de lá é possível acessar rapidamente o estado do Rio de Janeiro, chegando até Paraty. Isso mesmo! Se você tiver tempo, vale a pena dar uma esticada e fazer uma dobradinha entre essas duas cidades.

Com pouco mais de 20 mil habitantes, a cidade em si não é uma das mais bonitas que já visitei.

Você tem sempre a impressão de que vai despencar de algum morro caso você faça alguma curva rápido demais pelas ruas estreitas. E provavelmente vai mesmo! A cidade se estende por um vale e tem cada subida e descida por lá que não é brincadeira. 

Mas vamos aos atrativos turísticos!


Cunha é repleta de história e natureza. Alguns trechos da Estrada Real, que era utilizada para transportar ouro e pedras preciosas de Minas Gerais para Paraty, passam por Cunha. Confesso que ainda quero dedicar um tempo para percorrer essa estrada, mas esse é tema para uma próxima viagem!

Eu cheguei até Cunha movida pela curiosidade de conhecer o Lavandário, após a leitura de um livro escrito por um amigo, que mencionava esse lugar. Isso mesmo! Em Cunha há um cultivo de lavandas com mais de 40 mil pés de diversos tipos e há flores durante todo o ano

para se observar, devido o sistema de poda rotativa.

  • Lavandas

O Lavandário fica na estrada Paraty-Cunha e as visitações são abertas de sexta a domingo. Vale muito a pena pela beleza do lugar, que tem uma vista maravilhosa para o vale. Também é possível comprar produtos à base de lavanda e outras flores como gerânio, verbena e também experimentar algumas delícias que levam a lavanda em suas receitas, como sorvetes, cafés e bolos. Valores, horários e outras informações, podem ser consultadas na página do Lavandário.

  • Arte cerâmica


Desde 1975, quando recebeu os fornos Noborigama, a  cidade também passou a ser uma referência em arte cerâmica de qualidade. No Brasil, há pouco mais de 20 desses fornos, sendo que 6 deles encontram-se em Cunha. Eu visitei o Ateliê Suenaga & Jardineiro e lá é possível observar o forno. Além do Suenaga, há vários ateliês para visitação e aquisição de peças lindíssimas!

Cerveja

Na mesma estrada do Lavandário é possível encontrar o Ateliê da Cerveja

Caminho do Ouro, onde são servidas cervejas artesanais com aromas nobres e marcantes, feitas com insumos de altíssima qualidade, segundo a página do ateliê. Eu realmente gostei muito da cerveja, do ambiente e também da comida. Recomendo provar a truta ao pesto de pinhão, simplesmente maravilhosa! Eles também possuem um deck superior onde é possível assistir ao pôr do sol, que é um espetáculo a parte. 

  • Belezas naturais

Cunha é cheia de atrativos naturais, sendo uma das portas de entrada do Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleo Cunha). Infelizmente não tive tempo de explorar o parque, por isso quero retornar à cidade com mais tempo. Ainda assim, é possível visitar algumas cachoeiras, que são relativamente de fácil acesso por meio de uma estrada de terra com alguns trechos de calçamento.


Minha opção foi visitar a Cachoeira do Pimenta, que possui várias quedas e uma pequena trilha íngreme bem sinalizada que leva até a cabeceira da queda, formada por uma antiga represa. Gostaria de ter visitado a Cachoeira do Desterro também, mas por algum motivo, passamos batido na placa de sinalização e não a localizamos.

Super aproveitei a cidade nas 24 horas que fiquei por lá, mas ainda há muita coisa aqui na minha listinha que eu quero fazer!

 que faltou fazer?

Trilha até a Pedra da Macela. Dizem que o nascer do sol lá é simplesmente imperdível! Do alto da pedra é possível avistar as baías de Paraty, Angra dos Reis e Ilha Grande, então, imagina só o visual incrível!

Parque Estadual da Serra do Mar: há diversas trilhas que podem ser realizadas. Algumas necessitam de acompanhamento de guia. Na página do parque há informações mais detalhadas.

Vinícola Monte Castelo: situada na mesma rodovia do Lavandário da da cervejaria, é possível degustar vinhos e fazer refeições. Eu fiquei hospedada na pousada que pertence a essa vinícola - Pousada Vinícola Vale do Vinho -  mas infelizmente lá não está acontecendo mais as degustações desde o início da pandemia.

E, pasmem! Cunha tem um Olival! Isso mesmo, um cultivo de jovens oliveiras, também aberto a visitações.

Como vocês puderam observar, Cunha foi uma caixinha de surpresas muito positiva e que merece um texto parte 2 - o retorno!

Me aguardem!

domingo, 14 de março de 2021

O espírito aventureiro e a Rota Nacional 3

Quem nunca sonhou largar tudo e sair por aí, viajando, conhecendo diversos países?

Se você também já foi acometido por esses pensamentos em algum momento, não vá embora desse texto, porque ele é pra você!

Partindo da enseada Zaratiegui onde fica o Correio do Fim do Mundo, nossa próxima parada é a baía Lapataia, que marca o final da Rota Nacional 3. Mas afinal, o que isso tem de tão especial?

Panamerican highway

 A rota panamericana liga o Fairbanks no Alasca - América do Norte a Ushuaia na Argentina - extremo sul da América do Sul e é uma das maiores extensões rodoviárias do mundo com mais de 30 mil quilômetros, interrompidos em um pequeno trecho entre Colômbia e Panamá. Em cada país por onde passa, a rota panamericana assume um nome e em solo argentino, ela é a lendária Rota Nacional 3, cujo fim é na baía Lapataia.

Para os viajantes e aventureiros de espírito livre, percorrer a rota panamericana se assemelha com o sonho da Rota 66 em solo americano, mas com um diferencial: a panamericana atravessa mais de 10 países, cruzando paisagens e culturas únicas, materializando o sonho de viajar o mundo.

E para deixar a rota ainda mais interessante, o viajante tem a possibilidade de conquistar um carimbo

especial em seu passaporte: uma metade deste carimbo se encontra em Ushuaia, no Moto Café 3005 e a outra metade na cidade de Tok, no Alasca.

Eu já garanti uma metade do carimbo! E alguém duvida que irei atrás da outra metade quando a pandemia acabar?

E você? Qual é o carimbo que você sonha ter em seu passaporte? Me conta!