sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Museu egípcio em Canela

A história do Antigo Egito tem despertado nossa curiosidade por milhares de anos. E mergulhar nessa história é também mergulhar no belo e no luxuoso, expressos em suas construções, em seus ritos, adornos e vestimentas.

Saindo de Gramado sentido Canela, na RS 466 - mais conhecida como Estrada do Caracol - algumas placas sinalizam para existência do Museu Egípcio - uma construção temática que fica a beira da rodovia, sendo impossível passar despercebido por ela.

Resolvi parar para conferir o que o museu oferecia. Já na entrada, uma das mocinhas da recepção informa que se trata do maior acervo egípcio de toda a América Latina (só não informa que se tratam de réplicas).

Nesse ponto, creio que a comunicação tanto lá presencialmente quanto no site é um pouco obscura: tanto ao adquirir o ingresso quanto ao pesquisar no site posteriormente, não fica claro o quanto do acervo é réplica ou se há alguma peça realmente original.

As peças são de autoria do artista plástico egípcio Essam Elbattal e muitas delas refletem, em tamanho real as obras da época: sarcófagos, esculturas de deuses e faraós, joias, paredes adornadas. Há ainda uma pirâmide com câmara mortuária e múmias, representando os rituais funerários. 

O passeio é auto guiado e as peças contam com plaquinhas informativas. Ao final, há uma loja de souvenir com peças importadas do Egito, conforme informação da vendedora.

Embora a estrutura do pavilhão e a própria organização das informações referentes às peças careçam ainda de algumas melhorias, é um passeio interessante para quem gosta de  história e também para famílias com crianças em idade escolar.


O Museu Egípcio de Canela fica aberto de segunda a domingo, das 9h às 18h e mais informações sobre valores de ingresso, fotos e vídeos, podem ser acessados diretamente na página do museu, que está sempre atualizada.


sábado, 13 de novembro de 2021

Coffee Tour - Cuesta Café

Recentemente , após realizar uma trilha no município de Bofete, eu e mais dois amigos (Silvia e Heverton) decidimos conhecer o Cuesta Café, localizado no município vizinho, Pardinho.

Muito frequentado por motociclistas, o ambiente oferece uma linda vista, mesas ao ar livre e um lindo lago.

Ao fazer meu pedido, observei que na parede havia informações sobre um "Tour do Café"; anotei o cel indicado e fiz contato para saber sobre o que se tratava.

O "Coffee Tour" ou "Tour do Café" é um passeio que só acontece em finais de semana e que necessita de agendamento prévio, pois depende de condições climáticas favoráveis, já que na maior parte do tour ficamos expostos ao tempo.

Mas não se preocupe! Se você agendar seu passeio e tiver previsão de chuva para o final de semana, eles remarcam a data (aconteceu comigo).

O ponto de embarque para essa experiência é no totem: é de lá que parte o trenzinho puxado por um trator e um simpático senhorzinho como condutor.

Confesso que senti uma saudade imensa dos meus avós paternos, tão logo sentei no trenzinho. Passando pelos pés de café, era impossível não reviver tantas lembranças da minha infância.

O trenzinho adentra a Fazenda São Pedro do Pardinho, passando pelo berçário de mudas, que no momento da nossa visita (outubro de 2021) contava com 250 mil mudas de 4 variedades diferentes. Dependendo da época do ano, pode ser que não haja mudas no berçário e então o passeio não conta com essa etapa.

Da mudinha até a primeira "carga", o tempo estimado é de cerca de 2 anos a 2 anos e meio. E assim, seguimos para a plantação em si, para visitar os pés de café jovens e adultos.

Como a fazenda está localizada em terras altas (entre 900 e 1000 metros de altitude), há também alguns cultivos que ajudam a  "quebrar o vento", como o abacate e a bananeira, por exemplo. Além disso, há plantio de aveia, utilizada como adubo verde para a plantação de café. 

A altitude, o clima, as precipitações, constituem um terroir favorável para a produção de cafés especiais, alguns dos quais são premiados, inclusive.

Colheitadeira por vibração 
Depois de visitarmos a plantação em si, seguimos para a próxima etapa do processo produtivo, a colheita. 

Há 3 tipos de colheita: a seletiva, derriça e colheitadeira por vibração.

Na colheita seletiva, apenas os frutos maduros são colhidos, praticamente um a um. Já a derriça é o ato de puxar todos os frutos dos galhos, estejam eles ainda verdes ou maduros (era esse que praticávamos na casa dos meus avós). E o processo automatizado, feito via colheitadeira por vibração, no qual a máquina passa pelas "ruas" do cafezal e umas espécies de varinhas (foto) vão vibrando entre os pés, provocando a queda dos frutos em uma esteira na própria máquina.

Lavagem
Após a colheita, os frutos passam por um processo de lavagem, que além de retirar as impurezas, também serve para separar os frutos em função da sua densidade: aqueles chamados "bóia", composto por frutos imaturos ou mal formados e os "cereja", que por estarem mais maduros e formados, são mais densos. 

Lavados, os frutos vão para a secagem, que normalmente acontecem nos terreiros. Entretanto, a secagem também pode acontecer em secadores, quando o clima não está favorável para a exposição nos terreiros ou quando há urgência na secagem, por exemplo.

Os frutos podem passar pela secagem natural (cereja natural) - ainda com suas respectivas cascas - ou pela secagem sem as cascas (processo cereja descascado). 

Torra
Da secagem, os frutos vão para o beneficiamento e depois seguem para a torra, que é conduzida por uma mestre de torra. 

Eu gosto muito de café mas confesso que não sou uma grande conhecedora do assunto. Mais recentemente é que venho me interessando, lendo mais, procurando provar novos sabores. E uma das descobertas desse passeio é a diferença surpreendente entre o café comprado já moído e o grão moído na hora. O aroma e sabor são totalmente diferentes!

Na sequência, fomos convidados a degustar um micro lote da variedade acaiá. (lembra das frutinhas colhidas seletivamente? São elas que dão origem aos micro lotes).

Degustação micro lote acaiá
Gente...acho que eu nunca havia provado um café tão maravilhoso! Fiquei apaixonada! Saí de lá com alguns pacotinhos comprados e agora estou adquirindo os apetrechos para moer os grãos e explorar novas formas de preparo aqui em casa.

Se você também gosta de um bom cafezinho, compartilha nos comentários dicas de cafeterias ou passeios com essa temática. 

Quem sabe tomamos uma xícara juntos!



terça-feira, 2 de novembro de 2021

Celeiro do café

Área externa do Celeiro do Café
No post anterior eu comentei sobre como a minha relação de amor com o café vem desde a infância - muitas memórias afetivas - e dos laços familiares.

Isso não significa, entretanto, que eu sempre tenha apreciado a bebida. Enquanto jovem, achava que o café era coisa de gente velha. 

Mas o tempo vai passando e a gente vai aprendendo a apreciar coisas que não faziam muito sentido na juventude. Café é uma delas.

Celeiro do café
Então, sempre que é possível, eu gosto de conhecer lugares que me possibilitem experimentar um bom cafézinho ☕


Em setembro, visitei o Celeiro do Café, que fica na estrada municipal que liga Brotas ao Distrito de Patrimônio, bem em frente ao Parque Recanto das Cachoeiras.

Com uma pegada rústica e o cheirinho da torra perfumando o ar, o Celeiro oferece um cafezinho gostoso coado na hora, bolos, degustação de queijos, doces e cachaças.

E você pode sentar na área externa e curtir a paisagem, que é muito bonita e tranquila.

Se você é da região de Bauru/Jaú, salva essa dica pois vale muito a visita ❤️



Café com história

"Vamo colher o café! ". Era com essa frase que meu avô, um homem moreno, baixinho e magro, chamava os netos para a colheita, que era uma verdadeira festividade.

Cá estou eu nessa foto, sob o lendário pé de café, de tantas colheitas na minha infância. Minhas melhores lembranças são desse lugar, inclusive.
Como eu gostaria de ter mais fotos e vídeos desses momentos. Mas onde faltam gravações, sobra a memória, que reproduz tudo em cores vívidas, sons e cheiros (e por que não, lágrimas nos olhos, de tanta saudade).

Depois da colheita, onde puxávamos enlouquecidamente os galhos fazendo a derriça, desdobrava-se todo um ritual, que durava muitos dias.

Os grãos eram esparramados no quintal e ficavam secando ao sol, sobre grandes peneiras.

O cheiro da torra que era sentido assim que pulávamos o muro do quintal (nunca usávamos o portão, era um ritual pular o muro, que eu conto em outra história)...

O ranger lento e cadenciado do moedor de café sendo girado pelas mãos do meu avô, enquanto ele ouvia o jogo do Palmeiras no rádio de pilhas.

Aos domingos, ele comprava rosca doce, guaraná de garrafa e minha avó passava o café - cujo cheiro se espalhava por toda casa e pelo quintal arborizado - para receber os filhos e netos. E a casa ficava cheia, colorida, barulhenta e feliz.

E é curioso que só recentemente eu percebi o quanto o café fez (e faz) parte de toda a minha vida.

Meus pais trabalharam a maior parte da vida numa tecelagem de sacarias de café. Meu primeiro emprego foi em uma tecelagem também, costurando sacarias feitas de juta.

E pensando nessas histórias, decidi incluir nos meus roteiros turísticos alguns passeios relacionados a essa bebida tão amada por todos nós!

Fiquem de olho aqui no blog, pois tem muita coisa legal para compartilhar com vocês!