Estava esperando pela van que nos conduziria ao Lago Escondido e Fagnano, um passeio que confesso, fui mais por causa do meu irmão do que por curiosidade própria.
E é justamente quando não temos expectativa nenhuma, que as coisas acontecem.
Subimos na van. Recepcionados por uma guia falante, seguimos em busca de outros turistas para finalmente pegarmos a Rota Nacional 3.
Uma chuva calma lá fora. Uma inquietação aqui dentro. Tempo cinza lá fora. Tempo cinza também aqui dentro.
Avançando pela estrada sinuosa chegamos ao Paso Garibaldi, um mirante que creio eu, em dias de céu aberto, seja possível avistar o Lago Escondido. Naquele dia, porém, o lago realmente estava bem escondido pelo nevoeiro.
Ao retornar para van depois de uma tentativa frustrada de fotografia no mirante e já bem ensopada pela chuva, meu ânimo ia se abatendo. O passeio que já não prometia muito, ia ladeira abaixo no rol das expectativas.
Meu irmão tentou me animar. Recordou-me que o próximo Lago ficava na falha geológica chamada Magalhães-Fagnano, uma das mais ativas do mundo, registrando entre 10 e 12 mil sismos por ano, argumento este que ele julgava importante para animar uma geógrafa.
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Lago Fagnano |
Ainda olhando para o Lago, entrei na Estância La Carmen, um ponto de apoio ao turista. No interior, encontrei uma lareira onde pude me aquecer.
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Capela da Virgem da Medalha Milagrosa |
Há pessoas que se encontram com Deus em uma cabana, algumas se encontram nos templos, outras quando seguram seus filhos nos braços pela primeira vez. Eu me encontrei com Deus ali, no meio daquele bosque. Ao me dar conta, já estava de joelhos no chão úmido, sob o peso de tantos questionamentos que vinha trazendo dentro de mim. E enquanto as lágrimas corriam, toda dor parecia ir embora aos pés daquele pequeno santuário. Quando estamos angustiados, já estamos fazendo uma prece sem perceber.
Fiz as perguntas que precisava fazer, ainda que Deus, obviamente, não precisasse respondê-las. Parte do processo da fé passa exatamente por acreditar em coisas que não necessariamente são palpáveis. E sentada no chão, fui invadida por uma paz que há tempos não sentia. Seria possível, afinal, ter que ir até o fim do mundo para viver uma experiência tão espiritual como essa?
Fato é que quando perguntamos para Deus, precisamos não apenas estar atentos para as respostas que podem chegar de maneiras sutis, como também estar preparados para elas.
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Sentada às margens do Fagnano |
Partia, naquele 4 de março me sentindo estranhamente mais leve. E na resposta de Deus, não houve demora. Chegaria sutilmente 4 dias depois, tocando meu coração sob a forma de prosa.
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Castoreira |
Há duas opções: você pode contratar um passeio convencional que segue pela Rota Nacional 3 até o Lago ou então fazer a opção off-road que vai pela antiga Rota 3, com um pouco mais de adrenalina.
O passeio é tranquilo para idosos e crianças.
Caso opte por fazê-lo na parte da tarde, será possível tentar o avistamento de castores, que ficam ativos tão logo o sol começa a se por no horizonte.
🙏👏
ResponderExcluirAgora tô curiosa pela resposta do 4° dia posterior rs. Vai ser revelada? Rs
Vai, rs. Mas eu ainda não sei se por aqui, porque o texto não tem a ver com viagem rsrs. Pensando onde publicar rsrs
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